FESTIVAL DE APOIO À CRIAÇÃO DA COMPANHIA OLGA RORIZ

FRANCISCA PINTO

© SUSANA CHICÓ

Sentada na ilha olho para baixo. Vejo os meus pés e as minhas pernas. Vejo os pés e as pernas de uma velhinha de 98 anos. Vejo os pés e as pernas de uma menina de 4 anos. Tudo no mesmo segundo. Talvez neste pedaço de chão já se tenha sentado uma mulher com muita idade em anos e outra com menos. Talvez por baixo de mim, ou por cima, do outro lado da Terra, esteja tudo a desmoronar ou, a erguer-se. 

Ondas de encantamento e desencantamento nas possibilidades infinitas do corpo, movem esta investigação sobre solidões acompanhadas, imaginação e a não linearidade do tempo. A ilha como um pequeno palco, uma arena onde ativo devaneios ora explosivos ora contemplativos que partem de outras danças, memórias, imagens, estados. Ser aqui e agora, ser mulher, ser invisível, mágica, ser bicho, ser rápida, ser forte. O que faz uma dança? O que faz uma dança de um corpo? Como uma dança de um corpo pode convocar invisível ou visivelmente outros corpos, outros tempos, conectar- se a, vibrar com? A dança não pode fazer tudo…ou pode?

A ilha como lugar de utopia, onde pode acontecer tudo, inclusive nada.

Ficha técnica e artística

Criação e interpretação 
Francisca Pinto

Apoio à dramaturgia visível e invisível 
André Soares

Partitura sonora
Francisca Pinto

Edição 
Mário Oliveira