SALÃO DE BAILE

Paolle Santos (@paolleart ) – Artista trans multidisciplinar, com formação em Teatro e mestrado em Artes Cénicas. É actriz, bailarina, cantora, drag queen e gestora cultural e activista pelos Direitos Humanos. Dedica-se à diversidade de género e performance Queer.
Participou no Arraial Pride Lisboa e fundou a
“Cia YPY Artes Performativas”.

Camboja é um nome incontornável na cena da música negra lisboeta. O seu nome é muitas vezes associado ao Reggae e ao Hip Hop, mas não só: Soul, Nu-Soul, Funk, Jazz e a Música Africana são parte da sua cultura e seleções. Enquanto amante de música, foi um acaso que o fez tornar-se DJ – a convite de amigos, tomou o gosto pelo DJing em festas em que lhe era atribuída a responsabilidade e a logística do som. Poucos anos depois, foi também de forma totalmente casual que iniciou uma residência no House of Vodka, local onde desenvolveu as suas capacidades de DJ, e, desde então, nunca parou. Ao longo de 20 anos, vários clubes e bares da cidade o tiveram atrás da sua cabine e inúmeros artistas partilharam com ele palco, entre os quais: Janelo da Costa (Kussondulola), Classe Crua (Sam the Kid e Beware Jack), Chullage, Muleca XIII, Lucy (Allen Halloween), DJ Johnny (Cooltrain Crew), Nel Assassin, DJ Maskarilha, DJ Cruzfader, Dj Bomberjack, Sir Scratch, Kilu (aka Dellafyah), Bully Czt, Orteum, Tom (the Freakin’ Sawyer), DJ Kentraro (DMC World Champ), DJ Ki (Scratchers Anónimos), Riot (Buraka Som Sistema), João Gomes (Orelha Negra), Toni Bruhein, Ricardo Pinto (SAPO), Del Groove, Bernardo BS, Guilherme Granado, Xina (Azagaia), Pikachu Lacerda, LBC, Synik, Sam the Kid, DJ Kronic, DJ Ketzal, DJ Éme, Irmãos Makossa, Lucky, Lady G Brown, Tiago Santos (Cool Hipnoise), Melo D (Cool Hipnoise), Karlon Criolo (Nigga Poison), AL:X (Macacos do Chinês) BARESI (Mystic Fyah).

Camboja é também sinónimo de “scratch”. Apesar de ter iniciado a carreira no Reggae, o “scratch” foi uma disciplina que sempre o intrigou e apaixonou, não fosse um dos membros fundadores do único coletivo ativo em Portugal responsável pela promoção e desenvolvimento do “turntablism” português- o coletivo Scratchers Anónimos. Desde há dez anos que promove “battles” e campeonatos, jams, workshops e eventos com o “scratch” e o “turntablism” como principais pilares, sendo de extrema importância para a cultura do Hip Hop nacional. A par com o “Breakdancing”, “rapping” e “graffiti”, o “turntablism” no DJing é uma das disciplinas chave da cultura Hip Hop, estando intrinsecamente ligada ao seu ser, por permitir colocar em prática um lado mais criativo, que une todas as facetas de um DJ e amante de música.